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Presépio: 800 anos desta devoção natalina criada por São Francisco

Antes de mais nada, recordar o Natal é reviver uma época repleta de tradições e espiritualidade, e entre as mais fortes recordações está a contemplação do presépio, uma representação artística do nascimento de Jesus Cristo.

Esse belíssimo costume tem raízes profundas que remontam a oito séculos atrás, quando São Francisco de Assis, no século XIII, celebrou o primeiro presépio. 

Logo, o presépio tornou-se não apenas uma simples montagem de figuras em um cenário, mas uma obra de arte que transmite uma mensagem profunda.

Então, vamos mergulhar na beleza desta tradição conosco? Confira a seguir!

A origem do Presépio

Em 1223, São Francisco de Assis, conhecido por sua devoção a Cristo pobre e humilde, quis celebrar o Natal com uma representação em tamanho real do nascimento de Jesus na cidade de Greccio, na Itália. 

Assim, a sua intenção foi contemplar de maneira mais palpável e envolvente o mistério de Deus que se fez menino. Então, utilizando uma manjedoura, e até mesmo animais reais para o acontecimento bíblico, São Francisco deu início a uma tradição que ecoaria através dos séculos.

A representação do presépio se espalhou rapidamente pela Europa e além, transformou-se em uma tradição essencial nas celebrações natalinas. Mosteiros, igrejas e residências começaram a exibir suas próprias representações do presépio, cada um com sua forma, seu estilo e um “toque criativo”, único.

E este ano celebramos os 800 anos do presépio de Gréccio! Assim, essa celebração tornou-se um marco para todos que amam São Francisco de Assis e que fazem do Advento e do Natal um tempo muito especial em suas vidas.

Mas, porque o presépio é tão importante?

São Francisco tinha o objetivo de meditar profundamente o mistério de amor que se manifesta na encarnação do Filho de Deus entre os homens. Mas ao propor uma representação cênica do acontecimento, contribuiu para que todos compreendessem melhor o mistério do nascimento de Jesus. 

O presépio representa a simplicidade da vida de Jesus no seio da Sagrada Família, mas ao mesmo tempo celebra a presença de Deus entre os homens.

Francisco desejava proporcionar uma experiência mais tangível da história do nascimento de Jesus para as pessoas, enfatizando a simplicidade e humildade do nascimento do Salvador. 

Ele utilizou uma manjedoura, animais reais e até mesmo pessoas locais como personagens, criando assim uma cena viva e visualmente impactante. Mas a manjedoura, ele quis deixar vazia, instigando a imaginação dos presentes e aquecendo os corações na espera pela chegada do menino. 

Francisco quis que no Natal recordasse, com profundidade, a memória Daquele que nasceu em Belém e garantiu a todos nós a Salvação. Assim, vendo com nossos próprios olhos, sentindo com nosso próprio coração os “apuros” e necessidades da infância Daquele que foi posto na simples manjedoura do presépio; todos pudessem participar da mesma alegria vivida por José e Maria. 

Celebrar o Natal do Menino de Belém, fazendo de cada lugar e cada coração uma “Nova Belém Atualizada”, ou melhor, um lugar de acolhida, de simplicidade e vida.

A Dimensão Espiritual do Presépio

A representação artística desta obra não só retrata o nascimento de Jesus, mas também transmite a mensagem de humildade, amor e esperança. A escolha de materiais, cores e detalhes em cada figura contribui para a narrativa e nos convida a mergulhar na história de Cristo de uma maneira visual e inspiradora.

Encontramos representações artísticas do presépio desde o século III, mas se trata apenas de uma cena de nascimento; trata-se de uma expressão artística que carrega profunda dimensão espiritual. Logo, a originalidade de São Francisco está em propor um presépio vivente durante a Missa do Natal para manifestar visivelmente o amor de Deus pela humanidade e assim transmitir a mensagem central do Natal. 

Cada detalhe inserido na composição do presépio é um convite para mergulharmos na essência da história de Jesus, nos recordando do verdadeiro significado do Natal em meio às celebrações festivas.

Um convite à oração

O Papa Francisco, em diversas ocasiões, enfatizou a importância do presépio como um convite à oração. Ele destacou que, ao contemplarmos o presépio, somos convidados a parar, refletir e nos conectar espiritualmente com o significado mais profundo do nascimento de Jesus.

Através dessa contemplação somos convidados a entrar na cena do Natal, a imaginar o ambiente, a sentir a paz que emana da presença do Menino Jesus. Essa experiência nos leva à oração, um diálogo íntimo com Deus, onde podemos expressar gratidão, buscar direções e fortalecer nossa fé.

A Dimensão Artística do Presépio

A criação artística inspirada na iniciativa de São Francisco no presépio vai além da mera representação. O presépio celebra a beleza na simplicidade, propondo elementos que ressoam com autenticidade a singeleza da narrativa bíblica. 

Os presépios espalhados por todo mundo, há mais de 800 anos, tornara-se uma forma de arte que incorpora diferentes técnicas e materiais para transmitir a mensagem da fé de maneira visualmente cativante. Desde a escultura em madeira até a cerâmica, pintura e até mesmo a arte têxtil, artistas ao longo da história têm dado vida a narrativa do nascimento de Cristo.

Ao longo dos séculos, artistas de diversas culturas incorporaram com sensibilidade sua visão única ao presépio, contribuindo para enriquecer essa tradição artística que continua a evoluir.

Uma obra que fortalece a nossa Fé

O presépio evoluiu ao longo dos séculos, adaptando-se às diversas culturas e estilos artísticos. Hoje, é comum ver presépios de todos os tamanhos e materiais, desde os tradicionais conjuntos de cerâmica até versões modernas e estilizadas.

Mas independentemente da forma que assume, o presépio continua nos convidando à contemplação e a refletir:

  • Na recordação do humilde nascimento: O presépio nos lembra da humildade do nascimento de Jesus, conectando-nos com a simplicidade que muitas vezes se perde nas festividades natalinas.
  • Voltar a nossa atenção na essência do Natal: Em meio às luzes brilhantes e presentes, o presépio nos ajuda a manter o foco na essência do Natal, que não está no consumismo, mas na oração e no aconchego das relações familiares.
  • Na importância das relações: Ao montar e compartilhar presépios, criamos uma ponte entre gerações, transmitindo a importância espiritual dessa tradição.

À medida que celebramos os 800 anos desde a celebração do presépio por São Francisco de Assis, temos a oportunidade de refletir sobre a riqueza dessa tradição e sua capacidade de transcender fronteiras e gerações. 

Que, neste tempo de Advento, possamos dedicar um momento para contemplar o presépio, permitindo que sua dimensão artística nos conduza à oração e ao encontro com o Menino Jesus, o verdadeiro significado desta época especial.

Que a arte do presépio nos inspire a viver o amor, a partilha e a esperança, não apenas durante o Natal, mas ao longo de todo o ano!

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