O celibato pelo reino dos céus é uma entrega total a Deus, que não se explica, mas se comprova pelas atitudes de amor e sacrifício realizadas ao longo da vida.
E esse chamado não é mérito de ninguém! Jamais haverá capacidade humana que justifique uma vivência que foge aos padrões normais da sociedade em qualquer época e lugar.
No entanto, é possível de ser vivida por Jesus e o seu Divino Coração, rico em misericórdia. Por causa Dele, muitos responderam ao celibato pelo reino e são felizes. Entre tantos, vamos conhecer o testemunho de Regina Andrade.
Ela é membro da Comunidade Recado na realidade de comunidade de vida. Natural de São Paulo, sua vida se encontrou com a misericórdia do Coração de Jesus e descobriu-se apaixonada, apesar de todas as suas incapacidades.
Este post foi construído a partir do relato de Regina. Desde seu serviço ao povo de Deus na paróquia até a vivência do celibato na vida comunitária. Aprecie rezando por cada pessoa que, assim como essa jovem, disse ‘sim’ ao grandioso amor de Deus.
O celibato pelo Reino – como começou essa história!
Regina conta o quanto era tímida na juventude, mas havia uma força que a impelia a servir, fruto do seu encontro pessoal com Jesus aos 18 anos:
“Foi tão profundo meu encontro com Jesus que nunca mais consegui negar algo para Ele, mesmo sem saber o que seria ou como se daria, e o que Ele poderia vir a me pedir.”
Sua vida era um constante serviço à paróquia de sua cidade, através do ministério de música, montando coreografia para crianças e adolescentes, na acolhida, ajudando a fazer comidas para grandes almoços etc.
Até que “todas as possibilidades de servir e amar a Deus foram se esgotando para mim na vida comum, no seio da minha família, no cotidiano, no meu trabalho secular.” E ela percebeu uma inquietação no coração: como transformar o serviço em vida? Viver com pessoas que também se dedicassem inteiramente a Deus, como uma grande família?
“Eu nunca tinha ouvido falar de ‘Comunidades Novas’, nunca pensei em ser freira, mas queria dar muito mais a Deus do que eu já estava ali me doando”.
“Ele veio me pedir a vida em missão, doada na vida comunitária e consagrada para a salvação das almas”.
Tempo vocacional – os primeiros sinais do celibato pelo reino!
Após algum tempo, a Comunidade Recado pregou um retiro para o grupo de jovens que Regina participava, para falar justamente sobre a importância dos jovens para a Igreja. E depois do encontro, lançou o convite aos jovens para um acompanhamento vocacional, Regina lançou-se e começou o seu caminho de descoberta do chamado de Deus.
“Eu sentia que era aquilo que Deus queria para mim… eu convivia com as pessoas da casa, jovens que deixaram tudo, pais, irmãos, casa, trabalho e passaram a se dedicar a obra de evangelização, com trabalhos próprios, não remunerados, com espiritualidade e fraternidade.”
Apesar da timidez, ela se sentia fortemente atraída pela vida comum.
E assim, aos 24 anos, em 2002, Regina entrou para a realidade de vida Recado:
“Deixei tudo, casa, família, trabalho, para viver toda para Deus e para o que Ele teria para mim, dentro de uma realidade que vive a confiança na Santa Providência de Deus…”
Caminho para o celibato
Quando se entra em uma Nova Comunidade, os primeiros anos na realidade de vida são um tempo de total oferta a Deus, aos irmãos e aos serviços de evangelização. Ou seja, não há relacionamento que leve ao namoro; é um período de conhecimento de si e do carisma.
“Para mim foi um purificar ao extremo, pois tive uma vida sexual ativa e desregrada… e dentro desse conflito interior, Deus foi me chamando a ser toda Dele… fui reconhecendo a minha verdade; minha tendência ao prazer que me levava ao pecado, ferindo a castidade, a oferta de mim mesma, mesmo dentro do processo de formação na comunidade.”
Mas “Deus derrama muita audácia no coração que se apaixona por Ele e meu coração se apaixonou…”.
No tempo de formação, Regina ouviu sobre a vocação ao matrimônio e ficou feliz por saber que era possível ter uma família santa. No entanto, é Deus quem escolhe a forma como vamos santificar nossa vida.
E quando ela escutou sobre o celibato, ela se viu absurdamente atraída.
“Aquela formação mexeu com algo que já estava dentro de mim.”
A maternidade sempre chamou sua atenção, mas não seria sua felicidade completa como acontece com o celibato hoje, quando ela sabe que vive a vontade de Deus.
Celibato na vida comunitária Recado
Segundo Regina, o celibatário que vive uma vida comunitária e /ou na sociedade, amadurece através dela. Todo ser humano se desenvolve a partir de relações construtivas de amizades e de contato social; e assim é com o celibatário. Ele é uma pessoa que se comunica e se relaciona, ou seja, tem amizades, irmãos e família.
O celibato pelo Reino “me permite ir e vir onde Deus me enviar… além de não ter esposo nem filhos, também não tenho mais meus pais vivos, isso me deixa totalmente disponível a dizer sim à missão da Comunidade e à minha missão pessoal, e ambas se completam em mim.”
“O conselho que posso dar a alguém que esteja se sentido atraído pelo chamado ao celibato e à vida consagrada: converse com pessoas que vivem essas realidades; tenha coragem de partilhar o que sente; procure uma direção espiritual; peça indicações de leituras, de documentos da Igreja, da vida dos santos.”
Enfim, sou completa!
“Antes, era a vida consagrada que alimentava a minha busca de conversão e intimidade com Deus, para corresponder ao chamado da própria vida consagrada e do celibato como estado de vida.
Com o tempo, o celibato alicerçado e autenticado, provado no fogo, depois de muitos confrontos e crises existenciais, humanas e com a própria Vontade de Deus, passou a alimentar a força da minha vida consagrada; enfim, sou completa!
Sou alma esposa do Belíssimo Esposo, que divide comigo as suas graças, mas também as suas dores, profundas dores. Falo dessa forma porque a vida espiritual foi e é a fonte incessante de me levar à Intimidade Profunda com a Pessoa de Cristo…
É com Ele que aprendo a ser esposa e, consequentemente, aprendo a ser mais mulher em todos os sentidos, especialmente espiritualmente, pois Ele tudo inspira; Ele me move a conhecer a vida dos santos, das santas virgens e a ter uma íntima experiência da Paternidade de Deus, da Sua Bondade, Misericórdia e do seu Amor Constrangedor.”
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