O artista católico, segundo o Papa João Paulo II, é uma pessoa que consegue intuir algo profundo do sentir divino e expressar através das diversas formas de arte. E essa ação toca o coração das pessoas de uma forma tão grande que não é possível medir.
Há ainda outra colocação de São João Paulo II muito forte:
“a vocação artística é uma centelha divina…”.
Sendo assim, tanto há um chamado específico para isso como uma responsabilidade enorme de testemunhar essa vocação para o mundo.
Mas nem a vocação, nem o testemunho do artista católico caminham sozinhos. Eles têm uma fonte inesgotável que precisa ser constantemente visitada: o Coração de Deus. E este post vem oferecer as setas para trilhar o caminho deste encontro tão pessoal. Confira.
Artista católico: escute o Coração de Deus!
Em vários momentos da vida, usamos a imagem do coração para falar dos sentimentos, das emoções. E realmente não se trata do órgão em si, mas do lugar de onde vêm as nossas decisões mais importantes e principalmente as inspirações divinas.
E para entender o que Deus deseja comunicar hoje à humanidade é preciso ouvir a voz do coração, e o artista católico é um especialista em escuta, porque canta o que ouve do Coração do Mestre e busca em tudo assemelhar-se a Ele.
Para isso, é preciso procurar a solidão, filtrar os barulhos, esvaziar-se de preocupações exageradas, contemplar a natureza, a fim de ouvir a voz do encontro interior. É um percurso de escuta profunda que Santa Teresa de Ávila soube descrever bem em sua obra.
Porém, o mais importante é que essa graça não é privilégio de alguns, mas de todos, e principalmente do artista católico, que revela os segredos do Coração de Deus. Logo, é preciso parar, contemplar e ouvir a voz de Deus para si e para exercer bem a missão.
A Palavra de Deus deve ser uma inspiração para o Artista católico
A Palavra de Deus é a primeira fonte de inspiração da vida cristã. Ela nos comunica quem é Deus e todo seu projeto de salvação através de Jesus, o seu filho. E o conteúdo da arte católica é exatamente o anúncio das verdades evangélicas para todos os povos.
Por isso, o artista católico precisa não apenas ler a Palavra, mas vivê-la e comunicá-la. Isso significa sair de cena como Nossa Senhora que disse:
“Fazei tudo o que Ele vos disser!”
Não anunciar uma opinião pessoal, mas uma verdade de fé ancorada na Bíblia e no magistério.
Logo, é fundamental também ouvir a voz da Igreja na pessoa do Papa, dos bispos e das autoridades constituídas. Buscar formações sobre o Catecismo da Igreja Católica e estar atento à liturgia diária, especialmente nas celebrações dominicais, centro de toda semana.
Dessa forma, no encontro com a Palavra, a vida se transforma e acolhe a identidade de Cristo em três aspectos essenciais: a pobreza, a obediência e a castidade, de tal forma que o serviço, através da arte, traz os traços do Mestre e os sinais do Reino dos Céus.
Uma presença materna que nos acompanha!
O artista católico não caminha sem a presença materna de Nossa Senhora. Ela é a serva por excelência, que confiou plenamente em Deus e cumpriu sua missão até o fim, seja na dor de Cruz, seja na alegria do ressuscitado.
Mas quais qualidades da Virgem Maria precisam mais da atenção dos artistas? São muitas, porém uma é a raiz para tantas outras: a obediência. A exemplo de Maria, a obediência nos leva a escutar o chamado de Deus, e a segui-lo, sem medo.
Então, a intimidade com a Mãe de Deus é fundamental no caminho do artista católico. É preciso convidá-la a entrar na casa do coração; rezar com ela; oferecer a ela orações, terços, súplicas; consagrar a vida a ela, principalmente quando se está a serviço do povo.
Com Maria aprendemos a direcionar o olhar. Às vezes, o músico pode se envaidecer por causa dos palcos e dos olhares, mas, quando se tem a Virgem por perto, ela nos ensina a tirar os olhos de nós mesmos e voltá-los para o Senhor, que é o centro e o conteúdo de toda evangelização.
Agora, transborde no serviço a intimidade com Deus!
No serviço a Deus, transbordamos o que vivemos em nossa intimidade com Ele. São Francisco fez essa descoberta quando disse
“Sou o que sou diante de Deus e nada mais”.
Ou seja, em todos os momentos da vida, sou a mesma pessoa que crê no amor de Deus.
Seja no trabalho, na família, no lazer, o artista católico leva consigo a experiência de Deus através da sua arte. O seu maior objetivo é anunciar sobre os telhados o que ouviu em sua intimidade com Deus.
Consequentemente, se não há relacionamento com Deus, o anúncio do Evangelho se torna uma multiplicação de palavras que não atrai ninguém. Não há unção, apenas acontece uma apresentação, mas que não alcança seu objetivo.
Porém, quando cultivamos a amizade com Deus todos os dias, através da espiritualidade e das formações, somos surpreendidos pela providência Dele e não nos falta a arte certa para anunciar a mais bela verdade ao mundo: o infinito amor de Deus.
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