“As obras de arte falam dos seus autores, dão a conhecer o seu íntimo e revelam o contributo original que eles oferecem à história da cultura”, explicou São João Paulo II em sua carta aos artistas, em 1999. De fato, Deus é o divino artista que faz de cada homem sua obra mais bela, mais significativa.
Contudo, o Senhor também chama alguns a expressarem a beleza do seu poder criador através de diferentes possibilidades artísticas, como a música, o teatro, a dança, a pintura, etc.
“Pode-se dizer, com profunda verdade, que a beleza é a vocação a que o Criador chama o artista com o dom do talento artístico” (São João Paulo II)
Sendo assim, não é difícil entender porque os artistas têm uma missão tão particular ao conceber uma obra. Isso porque a peça criada oferece aos homens as “deixas” de contemplação necessárias para perceber a ação de Deus na vida e na história da sociedade.
É um movimento belo que vai ao encontro do que o Santo Padre falou no documento:
“Toda a forma autêntica de arte é, a seu modo, um caminho de acesso à realidade mais profunda do homem e do mundo. E, como tal, constitui um meio muito válido de aproximação ao horizonte da fé, onde a existência humana encontra a sua plena interpretação” (São João Paulo II)
A missão da arte no mundo
Desde os primórdios, os homens se valem da arte para expressar sentimentos, sensações e emoções. Ela se tornou a única linguagem capaz de dizer aquilo que, muitas vezes, as palavras não conseguem definir. Porém, para isso, a arte utiliza até mesmo dos textos, mas para falar de algo muito maior, muito mais profundo.
E, quando o artista tem consciência do seu papel, consegue utilizar toda a potência dessa linguagem, não só para expressar algo que está dentro de si mas, para tocar o coração daquele que é alcançado pela sua obra.
“Por isso, quanto mais consciente está o artista do dom que possui, tanto mais se sente impelido a olhar para si mesmo e para a criação inteira com olhos capazes de contemplar e agradecer, elevando a Deus o seu hino de louvor. Só assim é que ele pode compreender-se profundamente a si mesmo e à sua vocação e missão” (São João Paulo II)
Deus habita o mais íntimo do homem. Portanto, quando o artista faz a experiência de olhar para dentro de si, ele contempla o próprio Deus. Não é difícil perceber essa experiência. Com certeza, você já deve ter passado por ela.
Isso acontece quando uma música, uma interpretação ou mesmo uma pintura marca a nossa vida, a nossa memória. Não numa perspectiva histórica, mas, sim, numa perspectiva existencial, ou seja, quando a arte contemplada é capaz de dialogar com a alma.
A Beleza que o mundo precisa ver
O coração dos homens está cada vez mais inquieto. Não é por acaso que eles estão mergulhando mais e mais no universo das redes sociais, da internet, enfim, dos conteúdos digitais. Ficar passando stories ou mesmo reels no Instagram por um longo tempo é uma forma de expressar essa inquietação.
Só o belo é capaz de fazer o homem parar para contemplar. E é isso que o mundo tanto precisa nos dias de hoje. O mundo necessita ver a Beleza, que é fruto de uma experiência autêntica com Deus.
O artista, que cria a obra permeada pela graça que habita no mais íntimo de si, contribui enormemente para que a experiência de alegria e louvor chegue ao coração inquieto dos homens. E essa experiência chega por causa da Beleza que em cada obra é expressa.
As mais belas artes
A seguir, separamos alguns exemplos de expressões artísticas capazes de fazer o homem parar para contemplá-la, pois expressam o cuidado e o amor de Deus. Caso você conheça alguma que mereça fazer parte dessa lista, pode colocar a sugestão nos comentários.
As pinturas da Capela Sistina, no Vaticano
Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Escultura Pietà, de Michelangelo
Obra “Curves – Sagrada Família”, do artista Alexandre Reis
Imagem: https://www.instagram.com/p/COYZ8UAF1Ox/
Apresentação de ballet “O Lago dos Cisnes”
Composição “Missa em Dó Menor”, de Mozart
A alegria de São João Paulo com os palhaços
Espetáculo “O Canto das Írias”, da Comunidade Católica Shalom
Texto “Menestrel” de William Shakespeare
Clipe “Sangue Redentor” da Comunidade Recado
Recomendação de São João Paulo II aos artistas
Há tantas outras obras que merecem ser contempladas! Entretanto, São João Paulo II ainda recomenda aos artistas: “Que as vossas múltiplas sendas, artistas do mundo, possam conduzir todas àquele Oceano infinito de beleza, onde o assombro se converte em admiração, inebriamento, alegria inexprimível”.
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