A comunidade de aliança é um chamado de Deus muito particular para aqueles que têm a coragem de testemunhar o amor de Deus no meio de uma sociedade secularizada, mas sedenta do infinito. Mas como é a rotina da Comunidade de Aliança?
Ora, amor e a coragem são dois conceitos que acompanham quem tomou uma decisão de consagrar sua vida e permanecer na vida profissional, nos compromissos sociais intensos, na disputa de mercado, no consumismo e na modernidade líquida.
Mas por que amor é o primeiro conceito? Ora, a comunidade de aliança é uma forma de abraçar a consagração a Deus em uma Nova Comunidade, e seus membros o fazem trabalhando, casados, solteiros, também no celibato e isso só pode ser amor.
E quanto a coragem? Quando os discípulos saíram de Pentecostes, eles estavam encharcados pelo Espírito, não tinham mais medo de evangelizar. Portanto, essa ousadia é fruto do Espírito em quem se deixou consagrar para uma missão.
Aqui, de forma rápida, tratamos um pouco do que se passa no interior do coração de um membro consagrado de aliança. Agora, vamos esmiuçar até chegar à rotina. Confira.
O que não é Comunidade de Aliança
É isso mesmo que você leu: nós vamos começar falando sobre o que não é Comunidade de Aliança. Antes vou contextualizar, porque talvez você não leu nosso post anterior.
Pois bem, uma Nova Comunidade possui dois eixos principais onde se encontram os chamados específicos. São eles: comunidade de vida e comunidade de aliança. Em cada uma delas, existem solteiros, casais, sacerdotes ou celibatários.
Assim, todos formam a Comunidade, consagram suas vidas após um caminho vocacional, assumem os compromissos de pobreza, obediência, castidade e anunciam o Reino de Deus a partir do carisma da instituição.
No entanto, cada forma é um chamado de Deus com características próprias. A comunidade de vida, por viver inteiramente à disposição da missão, é seu núcleo central, mas alguém pode imaginar que ela é um chamado mais importante do que a aliança por causa da disponibilidade. Aí nasce o engano!
Uma vez que a comunidade de aliança não é o lugar de quem saiu da comunidade de vida; nem para pessoas que querem ajudar o carisma; muito menos um lugar para passar o tempo; ou uma fuga para quem tem medo de entrar na comunidade de vida. Ou seja, não é uma escolha pessoal.
Portanto, se ela não é nada disso, então, o que é a comunidade de aliança? Essa resposta vem a seguir.
Comunidade de aliança: Uma profunda experiência de Deus
Toda vocação brota do Coração de Deus para o coração de quem é chamado. E essa compreensão é resultado de um relacionamento de intimidade, oração e escuta. Portanto, o chamado à comunidade de aliança é um “sim” que surge de uma experiência pessoal com o amor de Deus.
Quando uma pessoa toma uma decisão em consagrar sua vida como comunidade de aliança, ela tem clareza de todos os desafios que irá enfrentar, mas também a convicção de que é tão amada por Deus que nada é superior a esta certeza.
Por isso, tudo é em vista desse amor: acordar mais cedo ou de madrugada ou aproveitar o trânsito para rezar; cochilar enquanto reza, ler em pé, levar seus filhos para a reunião comunitária, recusar convites que não lhe convém, entre outras coisas.
Por isso, a vocação à comunidade de aliança não é o acaso quem decide, mas um coração apaixonado por Deus que não se importa tanto com o que perde, mas com o que recebe todos os dias da presença divina.
Agora, vamos para aos ‘finalmentes’? O que a comunidade de aliança faz todos os dias!
Vida missionária para os membros de aliança
Imagine-se trabalhando em um navio com tripulação. Você passa o dia onde trabalha, onde dorme e descansa ao mesmo tempo. Não há outro cenário: o navio, o mar e a tripulação, sem contar com as mudanças climáticas! E você tem que viver e exercer seu ofício com louvor todos os dias.
Mas por que essa comparação até mesmo ingênua? Para que você entenda que a missão está presente na vida da comunidade de aliança como esse navio para a tripulação: não há separação. A vida se torna missão e a missão é a própria vida.
Portanto, tudo é missão. E essa realidade faz parte do dia a dia de um membro da aliança, ou seja, trabalho, estudos, família, lazer, reuniões familiares, viagens de negócios, mas também, palestras, encontros e o que a Comunidade lhe confiar como apostolado ou missão.
Dessa forma, a vida se torna um grande campo de missão e é também nela que testemunhamos as maravilhas de Deus nas pequenas e grandes coisas.
E ainda tem mais…
O membro da comunidade de aliança é uma pessoa totalmente comprometida com a Comunidade e o Reino de Deus. Isso não significa que será negligente com sua família e o trabalho, ao contrário, tudo é dosado de acordo com a realidade de cada estado de vida.
Por exemplo: os casais têm filhos e todas as obrigações inerentes a esta missão; os celibatários têm suas responsabilidades próprias, também os sacerdotes, mas todos partilham seus dons e talentos com a Comunidade e a Igreja.
Todavia, há, ainda, outras questões práticas, como: a partilha dos bens materiais; as reuniões semanais; os eventos da Comunidade e as missões fora da cidade ou aonde o Senhor quiser enviar.
E o membro não está sozinho para administrar a vida consagrada, mas conta com a ajuda dos irmãos e dos responsáveis pelo seu processo formativo. Sem falar na graça de Deus que o acompanha silenciosamente, sem abandoná-lo um instante.
Santificando a vida e o mundo
Como dissemos no início, a comunidade de aliança é um chamado muito particular. Aqueles que descobrem, lançam no mundo as sementes de santidade através de suas vidas, trabalho e até no silêncio.
Como também, levam a alegria da vida fraterna para onde vão, porque como diz o Papa Francisco na belíssima Encíclica Fratelli Tutti
“a vida é a arte do encontro ainda que haja tanto desencontro na vida”
Isso para dizer que um membro da comunidade de aliança é promotor do encontro entre irmãos, um divulgador da vida fraterna, vida essa que ele recebe dos irmãos na comunidade e compartilha com outros filhos(as) de Deus que encontra em seu caminho.
Todas essas ações fazem parte do dia a dia da comunidade de aliança. O membro consegue integrar à vida cotidiana as responsabilidades da vida consagrada, com alegria e gratidão, porque, no mais profundo do seu coração, ele encontra motivação para tudo isso.
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