Como viver o louvor mesmo nos momentos de sofrimento?

O louvor no sofrimento só é possível àquele que crê e experimenta a misericórdia de Deus em sua vida. Veja o que diz o salmista em um momento de dor, mas de total entrega de sua vida ao Senhor: 

“Conservei a confiança ainda quando podia dizer: Em verdade sou extremamente infeliz.
Em meu pavor eu dizia: O homem é um apoio falaz. Mas que poderei retribuir ao Senhor por tudo o que ele me tem dado?
Erguerei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor. Cumprirei os meus votos para com o Senhor, na presença de todo o seu povo. É penoso para o Senhor ver morrer os seus fiéis.
Senhor, eu sou vosso servo; vosso servo, filho de vossa serva: quebrastes os meus grilhões. Oferecer-vos-ei um sacrifício de louvor, invocando o nome do Senhor…”

(Salmo 115,1-10)

De fato, há uma mistura de dor e de louvor nas palavras do salmista, mas o louvor vence e ergue o salmista abatido. Que força há no louvor! Mas o que se esconde por trás dessa oração a ponto de nada a sufocar, nem mesmo o sofrimento.? Encontre as respostas agora!

Significado do louvor no sofrimento

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) fala sobre o louvor:

“O louvor é a forma de oração que reconhece o mais imediatamente possível que Deus é Deus! Canta-o pelo que Ele mesmo é, dá-lhe glória, mais do que pelo que Ele faz, por aquilo que Ele É” (CIC §2639).

Quando nós louvamos a Deus, reconhecemos quem Ele é para nós, muito mais do que os bens materiais e até espirituais que recebemos Dele. Imagine o que sente uma mãe quando olha para seus filhos? O amor não se explica nesse caso, mas se celebra.

Então, o louvor é a celebração do amor que sentimos por Deus, logo está intimamente ligado ao relacionamento que cultivo com Ele. Quando se caminha com Deus todos os dias, compartilha-se a vida, alegrias, desafios, enfermidades, vitórias e sofrimentos.

Por isso que, quando chegam os problemas, é possível louvar no sofrimento, por causa da presença do Senhor em todos os instantes da nossa vida, e o sofrimento não tem a última palavra, porque o amor de Deus chegou primeiro e se instalou em nosso coração. 

Como manter o louvor no sofrimento

Como nos disse o Catecismo, o louvor é um reconhecimento de que Deus é Deus. Sendo assim, reconhecer o poder de Deus não significa ausência de sofrimento, nem lágrimas ou abatimento; muito menos somos obrigados a viver em constante alegria, não é assim.

No entanto, o louvor no sofrimento é como uma luz no fim do túnel. E essa luz nos diz que tudo vai passar, que não estamos sozinhos, mas somos sustentados por uma força inexplicável que se chama amor e que estamos sendo guiados por Ele, que é nossa verdadeira luz.

Agora, como manter o louvor em meio ao sofrimento? É o salmista quem nos ajuda. Na verdade, todo o livro dos Salmos é um caminho de louvor constante, a maioria dos capítulos se concluem com louvores a Deus, principalmente no sofrimento.

De forma especial, o Salmo 21 fala sobre o sofrimento do servo, que é atribuído ao Filho de Deus, quando diz:

“Transpassaram minhas mãos e meus pés”, mas eu confiarei.

E o salmista clama, implora o socorro divino e faz o seu louvor mesmo no sofrimento.

Assim, manter o louvor no sofrimento é dizer a todas as dores quem é Deus, ou seja, dizer, por exemplo, aà enfermidade: Meu Deus é bom, não me desampara, é companheiro, é providente, é o médico dos médicos, é meu sustento e o fim último de minha vida!

Viver sob a força do louvor!

São Francisco de Assis foi um homem de louvor e muito provado no sofrimento. Em uma de suas orações de louvor ele disse:

“Tu és o Trino e Uno. Senhor e Deus, Bem universal! Tu és o Bem, o Bem universal. O sumo bem, Senhor e Deus, vivo e verdadeiro! Tu és a delícia do amor!”

Por duas vezes, o santo repete que Deus é seu Bem universal, por isso ele repetia para todos: Paz e bem! De onde brotou a força de Francisco de louvar no sofrimento se não do fato de que ele sempre viveu em estado de profunda gratidão a Deus!

Vale a pena lembrar do Cântico das Criaturas, que foi composto quando Francisco já estava cego, sozinho, cheio de enfermidades, rodeado pelos ratos, no fim de sua vida. No entanto, ele quis que todos soubessem quem era o Deus a quem ele amava intensamente. 

É difícil imaginar o louvor no sofrimento como algo prazeroso, mas não é o sofrimento que causa prazer, mas a consolação que recebemos de quem está acima dele! Por isso, viver em estado de louvor é a melhor fortaleza para quando as dificuldades chegarem. 

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