Falar sobre felicidade é tratar de um tema muito discutido na atualidade. De diversas formas, o ser humano procura conceituar ou responder a esse anseio.
Mas afinal, o que é felicidade? A resposta depende da ótica pela qual se vê. Cada um tem uma resposta própria a dar.
Por exemplo, para Sócrates:
“a felicidade era o bem da alma que só podia ser atingido por meio de uma conduta virtuosa e justa”.
Para o filósofo, felicidade era sinônimo de justiça e praticá-la era ser feliz.
Mas e para os cristãos? O que significa ser feliz? O nº 27 do CIC diz:
“só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso.”
Sendo assim, para os cristãos, felicidade tem origem divina. Logo, ela não tem definição, mas encontra sua realização através do encontro com uma Pessoa.
Portanto, felicidade é o resultado de uma descoberta pessoal feita a partir do encontro com Deus, responsável pela essência humana.
A Palavra de Deus como fonte de felicidade
Não é difícil encontrar momentos na Sagradas Escrituras que descrevem a felicidade. Ao contrário, no livro do Gênesis, todo o relato tem beleza, verdade e amor, logo tem felicidade.
Desde já, você percebe que não tratamos o tema como um fim nem como um meio a se alcançar, mas como resultado. Logo, felicidade na vida cristã é consequência de um estilo, ou melhor, um jeito de dizer com Quem se vive todos os dias.
Por isso, tendo como referência a Palavra de Deus, preparamos este post para tratar sobre 5 momentos da Bíblia em que Deus foi a fonte da felicidade.
#1 – Davi dançou de Felicidade
O profeta Samuel relata que “Davi e toda a casa de Israel dançavam com todo o entusiasmo diante do Senhor e cantavam acompanhados de harpa, cítaras, tamborins, sistros e címbalos” (cf.II Sm. 6,5)
Mas qual o motivo da manifestação da felicidade de Davi? O retorno da Arca da Aliança, que representava a presença de Deus no meio do seu povo. Durante muitos anos, após tantas batalhas, o rei conseguiu resgatar a Arca e levá-la para Jerusalém.
Imaginemos com que júbilo Davi dançou; ele abandonou todos os protocolos da realeza para manifestar sua alegria e contagiou todo o povo hebreu.
Ora, Davi não resgatou apenas um objeto, mas ele se apropriou da história de seu povo, e de tudo que aquele símbolo representava, uma vez que ela continha as tábuas dos Dez mandamentos!
Portanto, a felicidade com que Davi e o povo Israelita celebraram essa conquista vai além de um momento, mas é a memória das maravilhas de Deus realizadas ao longo de anos.
#2 – Ana redescobriu a felicidade
Ana pronunciou esta prece:
“Exulta o meu coração no Senhor, nele se eleva a minha força; a minha boca desafia os meus adversários, porque me alegro na vossa salvação.” (cf. I Sm.2,1).
Essa prece é o louvor de Ana após apresentar seu filho Samuel no tempo de Deus.
Ana era muito amada por seu esposo, mas era estéril e isso era motivo de constante humilhação, porque a fecundidade era tudo para uma mulher naquela época.
Porém, certa vez, enquanto chorava no tempo, o profeta Heli se aproximou e a abençoou. Com pouco tempo, Ana estava grávida de Samuel – que significa: eu pedi ao Senhor.
Deus presenteou Ana com fecundidade e a felicidade dela foi completa. Em resposta, ela ofereceu seu filho para servir ao tempo e ele se tornou um grande profeta.
Portanto, a felicidade que Ana experimentou foi uma resposta de suas lágrimas diante de Deus. Sendo assim, a felicidade não é ausência de sofrimento, mas é a esperança de que nenhum problema fica sem solução quando se confia em Deus.
#3. Maria exultou de alegria
Quem nunca leu a passagem do encontro de Maria com Isabel? (cf. Lc.1,39). Esse momento representa o que diz a música: “pois o antigo testamento deu ao novo seu lugar”.
Assim, Maria foi ao encontro de Isabel grávida de Jesus. Não sabemos como estava seu coração naqueles dias, mas temos a explosão do cântico após a saudação de Isabel que, com certeza, também estava repleta de felicidade.
Foi então que Nossa Senhora entoou o Magnificat , cântico que resume a história de todo povo de Israel. Do início ao fim, ele celebra a felicidade por uma promessa alcançada e manifesta o infinito amor de Deus.
Portanto, o Magnificat é um canto de gratidão universal, é um louvor de felicidade.
#4. A felicidade de ver a promessa
“Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação” (cf. Lc.2,29)
As sagradas escrituras narram o encontro do velho Simeão com Jesus no templo quando seus pais foram apresentá-lO. Este idoso representa a parte fiel de Israel que esperava a vinda do Salvador.
Com que felicidade Simeão falou estas palavras a ponto de dizer que estava pronto para partir em paz. Não havia mais nada a acrescentar em sua vida, porque ele viu a promessa de Deus se realizar.
Portanto, essa felicidade que ele experimentou lhe custou a espera de muitos anos, assim podemos garantir que é feliz quem sabe onde depositar sua esperança e este não será decepcionado.
#5. Maria Madalena correu feliz
Naquele primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo em busca de Jesus e o encontrou vazio. Saiu às pressas para avisar aos apóstolos o que tinha visto. Porém, não era apenas o túmulo que estava vazio, mas, também, a sua vida.
Uma vez que Maria Madalena perdeu a fonte de sua felicidade e ela tinha apenas o corpo, que por sua vez desapareceu.
Imaginemos o misto de susto, surpresa, alegria que invadiu a alma dessa mulher quando ela ouviu seu nome pronunciado: Maria. O nome diz a identidade e ninguém mais que Deus sabia quem ela era e quem nós somos por dentro.
Portanto, Maria Madalena teve de volta a felicidade que ela encontrou em Cristo. Ele a resgatou de uma dolorosa história de vida a ponto de ela amá-lo e segui-lo até a cruz.
Logo, a presença de Deus foi o motivo do recomeço de toda sua vida! E como ficar sem a pessoa que lhe devolve dignidade, identidade e sentido de viver. A felicidade também é encontrar um sentido que traga dignidade à vida.
Sendo assim, reconhecemos que a felicidade tem sentido a partir de um encontro com o Senhor da vida, porque esse acontecimento muda nossa história e garante, não apenas um momento de paz, mas uma vida realizada.
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