“Deus veio de longe e Ele parou a um passo do vazio, diante dos nossos olhos.”
É com esse trecho de um poema de São João Paulo II que gostaria de iniciar essa reflexão a respeito do mistério: Deus tem um coração!
Ao longo da história da Igreja, podemos contemplar muitos homens e mulheres que foram atravessados por essa verdade capaz de mudar rumos e ressignificar tudo. Deus é amor e se dá a nós diariamente pelo seu coração que é doado, entregue a humanidade, acessível aos que se permitem encontrar.
Ele, indescritível e majestoso, veio do alto de Sua glória e se colocou diante de nós, no meio de nós, para nos alcançar como se fosse um igual, caminhando ao nosso lado, compreendendo as nossas sensações, acolhendo os nossos anseios e nos apontando a vontade do Pai.
“Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: ‘Não quebrarão nenhum dos seus ossos’. E outra Escritura ainda diz: ‘Olharão para aquele que transpassaram.” (Jo 19,31-37)
A espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus nasce na experiência da cruz quando, esvaziado de si, Cristo entrega a sua vida em sacrifício pela remissão dos pecados e definitiva aliança com o seu povo. A lança daquele soldado nos abriu um lugar, de onde recebemos o sangue da vida e a água da purificação. Não precisamos mais ter sede.
Em 16 de junho de 1675, na França, em um de seus muitos momentos de oração, Jesus apareceu a Santa Margarida Maria Alacoque e apresentou-lhe o Seu coração rodeado por chamas de amor, coroado por espinhos, com uma fenda aberta de onde brotava sangue e saía uma cruz.
“Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-Se e consumir-Se, para manifestar-lhes Seu amor. E como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, desprezos, irreverências, sacrilégios, friezas que têm para comigo neste Sacramento de amor”.
O que fazer diante das palavras de Jesus, àquele que nos deu tudo? Necessário nos é amá-lo e honrá-lo com as nossas vidas, perseguindo com afinco a Sua Vontade que nos criou para sermos santos e felizes.
Nos lembrando de Sua aliança para conosco, Ele nos fez 12 promessas, grandemente divulgadas pelos devotos de Seu sagrado Coração:
1ª Promessa: “A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração”;
2ª Promessa: “Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”;
3ª Promessa: “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias”;
4ª Promessa: “Eu os consolarei em todas as suas aflições”;
5ª Promessa: “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”;
6ª Promessa: “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”;
7ª Promessa: “Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias”;
8ª Promessa: “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”;
9ª Promessa: “As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição”;
10ª Promessa: “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”;
11ª Promessa: “As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração”;
12ª Promessa: “A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.
Finalizo, então, fazendo a você um convite irresistível. Permita-se encontrar por esse Coração que só sabe amar.
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Luciana Fontenele, pelo Hozana
