Setembro Amarelo é a marca da campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Durante todo o mês, acontecem diversas iniciativas com objetivo de chamar a atenção da população para a importância deste tema.
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), desde 2014, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil realiza essa campanha de conscientização e incentiva informações relacionadas à prevenção ao suicídio no país.
Em 2023, o tema é “Se precisar, peça ajuda!”. Vale lembrar que a campanha acontece durante todo o ano, mas especialmente em setembro, no dia 10, quando é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao suicídio.
É urgente que nos atualizemos sobre esse assunto e estejamos atentos às pessoas ao nosso redor e aos sinais que apontam para essa realidade! Confira o que preparamos.
Setembro amarelo – Dia mundial de combate e prevenção ao suicídio
Em setembro de 1994, nos Estados Unidos, o jovem de 17 anos, Mike Emme, cometeu suicídio. Ele tinha um Mustang 68 amarelo e, no dia do seu velório, seus pais e amigos distribuíram cartões amarrados em fitas amarelas com frases de apoio para pessoas que talvez estivessem enfrentando problemas emocionais.
A iniciativa se espalhou e a cor passou a representar a campanha setembro amarelo. Assim, em 2013, Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP, colocou no calendário nacional a campanha internacional setembro amarelo. E, desde 2014, são muitos os parceiros que divulgam e trabalham no Brasil com essa campanha a favor da vida.
Mas é preciso investir e insistir nesse assunto, porque, infelizmente, o estigma social e a falta de consciência continuam como principais barreiras para quem precisa de ajuda. E existe muita desinformação sobre os problemas com relação à saúde mental em todo lugar.
Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, sabe-se que praticamente 100% dos casos de suicídio estão relacionados às doenças mentais, a maioria não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Logo, muitos casos seriam evitados se estes pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.
Entenda os motivos da campanha setembro amarelo
Ainda segundo a OMS, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Mas também existem situações subnotificados, que aumentam os casos para mais de 1 milhão.
No Brasil, a estimativa é de 14 mil casos por ano, ou seja, em média trinta e oito suicídios por dia. Entre 2010 e 2019, o país registrou em torno de 112.230 mil mortes por suicídio.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2019, 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais receberam o diagnóstico de depressão. Veja as porcentagens:
- Estados do sul e sudeste com 15,2% e 11,5%, respectivamente, de adultos com diagnóstico confirmado de depressão;
- No centro-oeste (10,4%), nordeste (6,9%) e norte (5%).
A depressão é uma das grandes causas do suícidio e está entre as ações do setembro amarelo, porque afeta a saúde da pessoa como um todo. E não apenas de quem tem uma vida secular, mas dos religiosos e sacerdotes também.
No Brasil, entre 2017 e 2018, quase 20 sacerdotes tiraram a própria vida. Há estudos sobre esta realidade por parte de alguns especialistas, como também acompanhamentos específicos para prevenir essa dor dentro da Igreja e da vida religiosa.
Dessa forma, as estatísticas falam o quanto é necessária a campanha setembro amarelo, como também outras iniciativas que ajudem a enxergar e socorrer pessoas que passam por essa dor invisível e letal.
O trabalho é o primeiro local para tratar sobre o suicídio
De acordo com especialistas, o suicídio de trabalhadores e a saúde mental no ambiente de trabalho são pontos a serem discutidos. Isso porque estresse no trabalho, pressão constante, assédio, carga de trabalho alta e falta de apoio emocional contribuem negativamente para a saúde mental.
Apesar da campanha setembro amarelo não se concentrar nessa categoria da sociedade, o ambiente de trabalho é um local importante para falar questões relacionadas ao tema e assim reduzir o preconceito associado à saúde mental, promovendo soluções e apoio para aqueles que lutam contra pensamentos suicidas.
Só em 2019, foram notificados 13 mil suicídios no Brasil, sendo 12 mil casos em população de 14 a 65 anos. No entanto, 10 mil casos correspondem às pessoas em atividade de trabalho, sendo 77% dos suicídios entre homens.
Sem falar que os suicídios e tentativas de suicídio têm efeito dominó, ou seja, afetam diretamente o indivíduo, as famílias, as comunidades e a sociedade. Portanto, abordar o suicídio em locais de trabalho é uma forma de prevenção que alcança um público grande e exposto a problemas constantemente.
Ações de prevenção ao suicídio
O objetivo geral da campanha setembro amarelo é aumentar a conscientização sobre a prevenção do suicídio em todo o mundo. Os objetivos incluem promover a colaboração entre partes interessadas e a autocapacitação para lidar com a automutilação e o suicídio por meio de ações preventivas.
Claro que lidar com a prevenção é um trabalho longo e muitas vezes ignorado porque não se veem os resultados de imediato, mas é possível salvar uma vida mesmo assim.
Para isso, veja as iniciativas que são implementadas:
- Capacitação de profissionais de saúde e outros atores relevantes para falar sobre o assunto e lidar com situações concretas;
- Divulgar mensagens positivas e informativas voltadas para a população em geral e grupos de risco, como jovens;
- Promover a discussão aberta sobre saúde mental em casa, na escola, no local de trabalho etc.
- Incentivar pessoas que já passaram pelo drama do suicídio para compartilharem suas histórias com profissionais e pessoas interessadas.
- Restringir o acesso a meios para o suicídio, como armas de fogo, pesticidas etc. através de políticas públicas de saúde mental e educativas;
- Redução do álcool e a cobertura responsável da mídia sobre o suicídio.
Se precisar, peça ajuda!
A campanha setembro amarelo deste ano tem como tema: Se precisar, peça ajuda! Há uma súplica tanto de quem tem pensamentos suicidas como das famílias em geral. E existem diversos materiais gratuitos, como também o atendimento por telefone realizado de forma sigilosa.
Onde pedir ajuda:
O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma associação sem fins lucrativos que oferece apoio emocional e busca prevenir casos de suicídio. Caso precise de ajuda ou conheça alguém que precise, ligue para o 188 ou acesse o site cvv.org.br.
Tanto o chat da página quanto o telefone ficam disponíveis para contato 24 horas todos os dias da semana, e o serviço é sigiloso e gratuito.
O site da ABP traz também todo o material explicativo sobre a campanha e temas que precisam de esclarecimento na sociedade que ajudam na prevenção do suicídio:
Há outras atitudes que todos podemos abraçar: a empatia, a compaixão e a oração. Se a humanidade está doente, todos nós somos afetados por essa enfermidade.
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