Ao receber a Associação Italiana Santa Cecília, o Pontífice recorda que fazer música na Igreja é um dom de Deus, mas também um modo para ajudar a quem está distante, a entender a mensagem cristã. “A música sacra e a música em geral criam pontes, aproximam as pessoas, até as mais distantes, não conhecem barreiras de nacionalidade, etnia e cor da pele”.
Matéria do site: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-09/papa-francisco-musica-sacra.html
Autor: Manoel Tavares – Cidade do Vaticano
O Santo Padre concluiu sua série de audiências na manhã deste sábado, 28, recebendo na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de 3 mil participantes no Simpósio Nacional “Scholae Cantorum” da Associação Italiana Santa Cecília.
Esta Associação tem origem no movimento de reforma católica, no período após o Concílio de Trento. Na época, cantores polifônicos famosos se reuniram em Roma com outros músicos, também famosos, dando vida a uma instituição de músicos e cantores.
Hoje, a Associação Santa Cecília, – composta de cantores, diretores de coral, organistas, provenientes de várias partes da Itália, – comemora seus 140 anos de vida na presença do Santo Padre.
Em seu discurso aos numerosos presentes da Associação Italiana Santa Cecília, o Papa recordou seus 140 anos de fundação, ainda hoje viva, ativa e desejosa de servir a Igreja.
A seguir, falando dos Papas que sempre apoiaram a música sacra, no seio da Igreja, como Pio X e Paulo VI, hoje também Francisco encoraja todos a continuar neste caminho:
“Ser Associação é um recurso que os ajuda a gerar movimento, interesse, compromisso para melhor servir a liturgia. O importante em uma Associação não é ser protagonista ou compor música, mas ter um programa de amor e fidelidade à Igreja. Juntos, vocês podem se envolver melhor no canto litúrgico, inspirado no modelo do canto gregoriano; juntos, vocês cuidam da preparação artística e litúrgica e promovem a presença da ‘Scholae Cantorum’ em todas as comunidades paroquiais”.
De fato, afirmou Francisco, o coral guia a assembleia que, com seus repertórios, representa uma voz qualificada de espiritualidade, comunhão, tradição e cultura litúrgica. Aqui, o Papa especificou os campos do seu apostolado:
“São vários os campos do seu apostolado: a composição de novas melodias; promoção do canto em seminários e casas de formação religiosa; ajuda aos coros paroquiais, organistas, escolas de música sacra. Cantar, tocar, compor, dirigir música na Igreja são as coisas mais bonitas para a maior glória de Deus”.
É um privilégio, um presente de Deus, afirmou Francisco, expressar a arte musical e ajudar a participar dos mistérios divinos. Uma música bonita e boa é um instrumento privilegiado para se chegar ao transcendente e, muitas vezes, ajuda a entender sua mensagem.
A dedicação de um coral à liturgia e à música, disse ainda o Papa, representa um meio de evangelização, para crianças e adultos. A liturgia, de fato, é a primeira “mestra” do catecismo. E o Santo Padre recordou ainda:
“A música sacra tem também outra tarefa: a de unir a história cristã. Na Liturgia, ressoa o canto gregoriano, a polifonia, a música popular e contemporânea. É como se, naquele momento, todas as gerações passadas e presentes louvassem a Deus, cada uma com sua própria sensibilidade. A música sacra e a música em geral criam pontes, aproximam as pessoas, até as mais distantes, não conhecem barreiras de nacionalidade, etnia e cor da pele, mas envolvem todos”.
A música sacra, diz por fim o Papa, reduz as distâncias com os irmãos. A Igreja dá valor ao serviço que os cantores e corais prestam às comunidades, para elevá-las a Deus em um único hino de louvor.
Agradecimento: Vatican News