Ainda em uma França marcada pela descristianização da Revolução Francesa, em 1830, Nossa Senhora por três vezes apareceu a jovem noviça Catarina de Labouré, na Rue Du Bac, número 140, em Paris, num encontro que trouxe marcas indeléveis a Santa Igreja.
Na primeira aparição ela mostrou o altar onde estava o presbitério e disse: “Venha aos pés deste altar. Aqui, as graças serão dadas a todos que pedirem com confiança e fervor”. E ainda: “Quando tudo estiver perdido, lá eu estarei convosco”.
Sobre as graças do altar presente em todas as Igrejas no mundo inteiro, Jesus Cristo disse: “Pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e vos será aberta. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá”. (Mt 7, 9s) Mas por que não recebemos quando pedimos? É São Tiago que nos responde: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal” (Tg 4, 3a)
Ora, vejamos o quão presente é a Mãe na vida de seus filhos. Esta maternidade não é figurativa, mas real. Dentre as últimas palavras ditas por Jesus na Cruz, estão: “Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a recebeu como sua mãe (Jo 19, 26b-27). Ali João prefigurava a Igreja nascente e, como se viu no Cenáculo em Pentecostes, Maria assumiu esta maternidade: “Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus” (Atos 1, 14). Por isto desde os primórdios do Cristianismo o povo de Deus recorria à Virgem Santíssima, e a Tradição já reconhecia a sua participação singular no Mistério de Cristo e na vida dos fiéis. Ora, “Deus, vendo que somos indignos de receber suas graças diretamente de suas mãos divinas, dá-as a Maria, a fim de obtermos por ela o que Ele nos quer dar” (São Luis Maria Grignion de Montfort)
Este papel de Medianeira de todas as graças foi atestado em 1921 pelo Papa Bento XV no Ofício e na Santa Missa da Bem-aventurada Virgem Maria. Esta mediação, que permanece até a consumação eterna de todos os eleitos, não exclui a mediação de Cristo, mas antes é um caminho mais fácil para chegar até Ele, nosso único Mediador junto ao Pai. No entanto, se diferencia radicalmente das outras mediações humanas por seu caráter materno, e por isto esse título tem seu significado na vida de cada um dos fiéis em particular.
Mas o que é graça? “A graça é favor, o socorro gratuito que Deus nos dá para responder a seu convite: tomar-nos filhos de Deus, filhos adotivos participantes da natureza divina, da Vida Eterna” (Catecismo, § 1996)
Assim, preocupada com seus filhos, afirmou à Santa Catarina: “Quando tudo estiver perdido, lá eu estarei convosco”. Para isto, ela, na segunda aparição surge como um quadro vivo e por ele viria a ser cunhada a famosa “medalha milagrosa”. Nesta visão, Nossa Senhora mostra a Santa Catarina os raios que representam as graças derramadas aos que a pedem. Catarina percebeu que nem todos os raios de Nossa Senhora estavam iluminados e questionou o porquê: “As pérolas que não emitem raios são as graças das almas que não pedem”, respondeu a Santa Mãe.
Alcançar suas graças é ser-lhe devoto, pois “a devoção a Maria é a chave que abre as portas para a graça de Deus.” (Montfort). É notório lembrar que Nossa Senhora é capaz de atender a graças até mesmo daqueles que não lhe são devotos e a ela não se confiam, como aconteceu por exemplo a famosa conversão de Afonso Tobias de Ratisbona, um banqueiro judeu que recebeu de um amigo o desafio de usar a Medalha Milagrosa por 9 dias e recitar a novena de Nossa Senhora das Graças. O banqueiro usou e, durante a novena que lhe foi proposta, Nossa Senhora apareceu como a Santa Catarina de Labouré. Com isto, se converteu e tornou-se padre jesuíta.
Diante de tudo isto, fica a pergunta: O que Maria quer de nós por meio da Medalha Milagrosa? Quais são as graças que ela quer nos dar? Em primeiro lugar, a nossa conversão. Daí o que se lê na Medalha: “Oh Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Confiarmos nela e no coração de Jesus, como se vê no verso da Medalha, nestes tempos maus. Mas quando tudo parecer perdido, ela estará lá. Sem dúvidas, com curas, prodígios, graças temporais, mas sobretudo a graça da conversão e salvação eterna, uma vez que ela é participante da redenção junto a Jesus Cristo, ela que “é tão caridosa que a ninguém repele, que implore sua intercessão, ainda que seja um pecador; pois, como dizem os Santos, nunca se ouviu dizer, desde que o mundo é mundo, que alguém que tenha recorrido à Santíssima Virgem, com confiança e perseverança, tenha sido desamparado ou repelido” (Montfort).
Não se trata de um exagero, pois da mesma forma que o pecado entrou no mundo, Deus também quis que a salvação entrasse no mundo, e isto aconteceu por meio de Maria ao trazer Jesus, nossa Salvação. Jesus, a escada que nos leva ao Céu prefigurada em Jacó (Gn 28,11-19), entrou ao mundo por uma porta, Maria, pela qual podemos alcançar a salvação.
Assim não nos esqueçamos do que nos disse e garantiu São João Bosco: “confia em Maria e verás o que são os milagres”.
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Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana