
A linguagem humana é diversa! Falamos por palavras, mas também por gestos, olhares, sorrisos, pelo nosso comportamento, pela nossa linguagem corporal e até pelo nosso silêncio.
Por mais que a linguagem da natureza, dos diversos animais, seja também múltipla, existe uma linguagem que é exclusivamente humana: a arte. Nenhum outro ser, nenhum outro animal, é capaz de fazer arte. Somos nós que batizamos a linguagem dos pássaros, de canto, ou o movimento das folhas das árvores com o vento, de dança. A árvore não está dançando. São suas folhas que vibram com a força dos ventos. O pássaro não está cantando, é apenas sua forma de comunicação. Porém, o nosso olhar e sensibilidade humana chama isso de arte.
Se a humanidade foi querida por Deus, a arte, como fruto desta humanidade, também foi.
As pinturas rupestres e parietais testemunham do quanto a arte sempre foi uma maneira privilegiada de contato com o transcendente.
A arte pode ser, e é, uma bela maneira de nos colocarmos diante de Deus. Antes de nós, muitos santos fizeram uso da arte em seus relacionamentos com o Senhor.
Santa Teresinha expressou seu grande amor pelo Senhor em diversos poemas. São Francisco de Assis manifestou o seu louvor e a sua gratidão através de cânticos e poesias. Santa Cecília, sustentada pela força do Espírito Santo, cantou louvores a Deus logo antes do seu martírio. Santo Agostinho se refere a Deus como uma “Beleza tão antiga e tão nova” e nos convida, em um de seus escritos, a “louvar a dança”. São João Paulo II nos ensina, igualmente, que Deus é a fonte de toda beleza.
Esses, e tantos outros santos, fizeram da arte uma maneira privilegiada de alcançar esse Deus que é também Beleza. Mas aqui não estamos falando daquela beleza estética, simétrica, lisa de comerciais de produto para pele. Segundo o Cardial Stanislaw Dziwisz, é no alto da Cruz que a Beleza se transforma em Amor (no prefácio de L’Évangile et l’art, de São João Paulo II). E no alto da Cruz, sabemos bem que Jesus estava totalmente desfigurado, com uma aparência bem distante daquela apresentada nos comerciais que citamos mais acima. Segundo Dom Domique Rey, bispo da França, é na Cruz que Jesus se mostra o Todo Belo. Na arte, Jesus se apresenta para nós como a Beleza santa e santificadora. É a Beleza que se revela na Cruz.
O exemplo desses santos artistas nos mostra que a arte é, muitas vezes, a forma mais profunda de expressão humana. A arte fala de beleza para Beleza. Da nossa limitada beleza humana à infinita Beleza de Deus.
É por esta razão que, por ocasião do Jubileu dos Artistas e do Mundo da Cultura, proposto na programação do Jubileu da Esperança, o Hozana em parceria com a Comunidade Recado traz para você um retiro que tenta proporcionar um encontro de beleza para Beleza. Durante 5 dias refletiremos com o exemplo de santidade de 5 santos artistas (Santa Teresinha, São Francisco de Assis, São João da Cruz, Santa Cecília e São João Paulo II) que utilizaram de diversas formas de expressão artística para se aproximar de Deus. Clique aqui se você deseja participar do retiro Santos e Artistas: a beleza que santifica.
Débora Moreira, pelo Hozana